Saddam Hussein estava calmamente sentado no seu escritório quando o telefone tocou:
– Olá Hussein, pá. Aqui é o Quim, do Alentejo, Portugal. Estou a telefonar para te informar oficialmente que vamos declarar guerra ao Iraque.
– Bem, Quim, isso é de facto uma notícia importante. Já agora, diz-me lá o tamanho do teu exército…
– Neste momento – diz o Quim após uma curta reflexão – sou eu, o compadre Manel, a prima Vicência e o marido e a equipa de dominó do
café. Portanto, somos oito!
Saddam suspirou e disse:
– Tenho que te dizer, Quim, que tenho um milhão de homens sob o meu comando!
– Porra, pá! Eu depois ligo-te!
No dia seguinte o Quim volta a telefonar:
– Bem Hussein, a declaração de guerra mantém-se. É que conseguimos arranjar equipamento!
– Ah sim? E qual? – pergunta Hussein.
– Dois tractores, uma retroescavadora e duas debulhadoras.
Saddam dá novo suspiro e diz:
– Eu tenho 10.000 tanques, 15.000 camiões, 20.000 canhões e o meu exército cresceu 50% desde a nossa última conversa.
– Tás a falar verdade? Eu depois ligo-te!
No dia seguinte, o Quim volta efectivamente a telefonar:
– Bem, Hussein, a declaração de guerra mantém-se. É que conseguimos arranjar força aérea. Colocamos duas metralhadoras no avião de sulfatar.
AH! E a equipa de bisca lá do café juntou-se a nós!
Pela terceira vez Saddam suspira e diz:
– Eu tenho 3.000 caças, 6.000 bombardeiros, 9.000 aviões de carga e desde a nossa última conversa o meu exército já chegou aos dois milhões de soldados.
– Chiça, pá, eu depois ligo-te!
No dia seguinte o Quim liga de novo:
– Hussein, é para te dizer que vamos cancelar a guerra!
– O quê!? Então eu que já estava a contar com ela… O que é que aconteceu?
– Bem, é que ontem à noite houve reunião no café e chegamos à conclusão que não temos possibilidade de alimentar dois milhões de prisioneiros.