Uma loira toda boazona estava junto ao Tejo disposta a suicidar-se, no Cais do Ginjal, quando apareceu um marinheiro.
– Vou-me suicidar, a minha vida é uma treta…
– Não!!! Olha…o meu navio está de partida para a América, porque é que tu não vens comigo, e depois pensas o que fazer. Se ao chegares lá ainda quiseres suicidar-te… pelo menos terás conhecido a América.
A loira achou a proposta do marinheiro razoável, e ele levou-a para um bote salva-vidas, onde ela viajaria clandestina. O marinheiro ficou-lhe de trazer água e comida, todas as noites. E assim foi, durante duas semanas, ele trazia comida, água e aproveitava fazendo amor com ela.
Até que um dia, um capitão, junto com um grupo de inspectores, foi fazer uma inspecção nos botes e descobriram a loira. Ela resolveu contar a verdade:
– Olhe, eu estou aqui em viagem para a América, porque um marinheiro me trouxe. Todas as noites, ele dá-me comida, água e fazemos amor e vai ser assim até chegar à América… Ainda falta muito?
– Não sei, minha senhora, este é o cacilheiro que faz a travessia Cacilhas – Terreiro do Paço.