A altas horas da madrugada, um casal acordou ao som insistente da campainha da casa. O Aparício, dono da casa, levantou-se e pela janela perguntou:
– O que é que quer?
– Olá, eu sei que é tarde – gritou um homem -, mas preciso que alguém me empurre. A sua casa é a única próxima da praceta. Preciso mesmo que me empurrem…
Danado, o recém acordado replicou:
– Eu não o conheço, são quatro da manhã e vem pedir-me para o ajudar? Vá-se lixar!
E voltou para a cama. A mulher do Aparício, que também acordou, não gostou da atitude do marido:
– Exageraste. Também já ficaste sem bateria. Bem que podias ajudar o homem.
– Mas ele está bêbado – desculpou-se o marido.
– Mais um motivo para o ajudar – insistiu a mulher. – Ele não vai conseguir sozinho. Logo tu, que sempre foste tão prestativo…
Tomado por remorsos, o Aparício vestiu-se e desceu. Foi à procura do bêbado na praceta:
– Ei, homem! Vou ajudá-lo! Onde é que está?
E o bêbado gritou:
– Aqui, no baloiço do jardim.