Por incrível que possa parecer, esta estória aconteceu aos dois intelectuais:
– Rui Barbosa (Brasil);
– Manuel Maria Carilho (Portugal)
O intelectual, ao chegar em sua casa, ouviu um barulho esquisito vindo do seu quintal.
Chegando, constatou que havia um ladrão tentando levar seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo, surpreendendo-o tentando pular o muro com seus amados patos. Batendo nas costas do tal invasor, disse-lhe:
– Ô bucéfalo, não é pelo valor intríseco dos bípedes palmíferes e sim pelo ato vil e sorrateiro de galgares as profanas de minha residência. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares de minha alta prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica no alto de tua sinagoga que reduzir-te-á à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
– E o ladrão, confuso, disse:
– Ô moço: eu levo ou deixo os patos?