A filha não aparecia em casa há mais de cinco anos.
Um dia entra pela casa adentro. O pai, homem conservador e católico, reage:
– Onde é que a menina esteve este tempo todo? Porque não nos deu notícias?
– Sabe o que a sua mãe sofreu?
– Tive vergonha. Virei prostituta, meu pai.
– O quê? Fora desta casa, sua desgraçada! Nunca mais a quero ver!
– Está bem meu pai. Eu só passei por aqui para oferecer este casaco de vison e a escritura da minha casa de Cascais à mãezinha, uma conta poupança de 50.000 contos para os estudos do mano e as chaves deste BMW 540I para si. De resto estou de saída.
– Espere querida… A menina há bocado disse-me que tinha virado o quê?
– Prostituta, meu pai…
– Ah bom. Tinha percebido protestante… Que disparate… Sente-se querida. Quer tomar alguma coisa?